Defesa de dissertação - Nilda Ferreira
A mestranda Nilda Ferreira dos Santos defendeu, no dia 08 de novembro de 2007, a dissertação intitulada "Assentamento rural: juventude e trabalho", às 14 horas, no Miniauditório Luís Palacín da FCHF. A pesquisa parte do processo de luta pela terra promovido por um importante movimento social – o MST –, destacando os jovens no campo como atores sociais capazes de darem continuidade à luta iniciada pelos pais.
A produção sociológica sobre a realidade dos jovens campesinos no Brasil contemporâneo ainda é restrita; contudo, constata-se em vários autores que a poucos deles têm interesse em permanecer no campo. Tais jovens não vêm no trabalho realizado no campo um meio de obter renda capaz de garantir um futuro melhor. Esta opinião acentua-se ainda mais quando se trata de jovens que pertencem a um Projeto de assentamento, como é o caso analisado na dissertação.
Diante da perspectiva desmotivadora destes jovens, as realizações da reforma agrária parecem tornar-se inviáveis em longo prazo. A pesquisa procurou compreender, partindo da concepção dos jovens do assentamento "Che", localizado no município de Itaberaí (GO), as mudanças nas representações sociais sobre o trabalho no campo. Procurou-se analisar os vários aspectos que levam à motivação ou desmotivação dos jovens em relação à permanência no campo. A partir de fontes secundárias e também das pesquisas de campo, procura-se identificar as novas representações que integram a cultura do trabalho no campo. A terra deixa ser vista como meio de sobrevivência capaz de garantir por si só um futuro melhor. Contudo, ainda é valorizada como lugar de tranqüilidade, sossego, vida saudável, e a cidade só é buscada como alternativa ao emprego. Sabe-se, no entanto, que a maioria dos jovens que abandonam os assentamentos não encontram vagas no mercado de trabalho urbano, tornando-se marginalizados. Por isso é preciso manter nos assentamentos um acompanhamento técnico especializado e criar linhas de crédito compatíveis com a pequena produção, como medidas de um legítimo Projeto de Assentamento, que não pode se limitar apenas a uma condição inicial, ainda que esta tenha sido objeto de uma luta duradoura: a concessão do título de propriedade da terra.
Após a deliberação da banca em sessão secreta, Nilda foi considerada aprovada e recebeu os cumprimentos de amigos e familiares.
Na imagem ao lado, Nilda durante a defesa de sua dissertação.
À esquerda, Nilda no momento da leitura da ata, que declara a aprovação de sua defesa de dissertação, por unanimidade da banca. A seu lado a professora Dalva Borges de Souza, Jordão Horta Nunes, orientador e Antonio Ricardo Micheloto, da Universidade Federal de Uberlância, convidado para a banca. Na foto à direita, Nilda e sua filha Maria Bárbara, tendo ao lado os professores Jordão e Antonio Ricardo, após a defesa e aprovação da dissertação.
Source: Coordenação