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Defesa de dissertação - Moema Gomes

Realizou-se no dia 21 de setembro de 2007, no mini-auditório Luís Palacín, a defesa de dissertação de Moema Gomes de Faria: "Representações sociais da violência na juventude goianiense".

A mestranda Moema Gomes de Faria defendeu, no dia 21 de setembro de 2007, a dissertação intitulada "Representações sociais da violência na juventude goianiense", às 14 horas, no Miniauditório Luís Palacín da FCHF. Pensar a violência enquanto objeto de estudos da teoria das representações sociais é considerá-la enquanto um sistema de representação simbólica que o indivíduo toma como referência para se posicionar frente a diferentes aspectos da realidade social. A dissertação de Moema teve como objetivos apreender: em que medida a violência representada influencia o cotidiano dos jovens nos seus padrões de interação; como essas percepções exercem influência sobre os padrões de avaliação do “outro” e do seu cotidiano; como os jovens se auto-avaliam e avaliam os outros nas interações intra-grupais; as variações na percepção do fenômeno da violência; as influências das informações que circulam, e como as experiências diretas e indiretas da violência atuam sobre seu modo de conceber o fenômeno.

            Pelos dados coletados no survey, complementados por entrevistas,foi possível observar que a violência encontra-se entre os maiores temores apontados pelos jovens goianienses de todas as posições sociais, o que nos parece justificável, já que índices de vitimização direta e indireta são elevados. Quanto à posição nos espaços sociais, os jovens de posição média e superior definem a violência tomando como idéias centrais a violência física, emocional e simbólica. Na posição inferior, a definição centra-se na agressão física e as outras formas são consideradas complementares, mas não definidoras do fenômeno.
            Para os jovens da posição superior o espaço social é dividido entre periferia e bairros nobres. A periferia é uma categoria global que remete a todos os bairros pobres e é vista como o lócus central da violência, o local de onde advêm os criminosos. Na percepção dos jovens da posição inferior, por sua vez, a violência, mesmo concentrada nos bairros pobres, encontra-se difundida por toda a cidade e sua concentração nas periferias não se deve, como para as demais posições, à desestruturação familiar, à violência doméstica ou à falta de educação, mas as escolhas individuais, “safadagem”, à dificuldade de acesso a bens de consumo, às drogas, bem como, ao desemprego, e à violência policial, aspectos que somados à falta de perspectivas em relação ao futuro, tornam-se um grande apelo a prática de atividades ilícitas.

A homogeneidade desse discurso nos revela que os jovens, para construírem sua visão sobre a violência, recorrem a um sistema de interpretação da realidade já constituído, ou seja, a representação social já existente para explicar o fenômeno da violência urbana. O que foi observado quando questionamos o núcleo central dessa representação, perguntando por que pessoas ricas cometem crimes, encontramos nessa parte do trabalho grande perplexidade por parte dos jovens, que apresentam uma tendência geral a tratar tais fatos como fora da realidade comum.

A banca foi composta pelos professores doutores Dalva Maria Borges de Lima Dias de Souza (UFG/orientadora), Pedro Humberto Faria Campos (UCG) e  Pedro Célio Alves Borges (IFG).

Após a deliberação da banca em sessão secreta, Moema foi considerada aprovada e recebeu os cumprimentos de amigos e familiares.

Na imagem à esquerda, Moema após apresentar sua dissertação perante a banca, composta pelo professor convidado Pedro Humberto, sua orientadora Dalva  Borges de Souza e  o professor Pedro Célio Alves Borges.
Na foto à direita, o professor Pedro Célio no momento em que comentava o trabalho da mestranda Moema Gomes.

 

Familiares, amigos e professores presentes na ocasião da defesa de Moema.

Source: Coordenação